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Ter, 17 Abr 2018 11:20:00 -0300
Pesquisa identifica registros de terremotos em SC
Projetos financiados pelo CNPq, com apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Oceanografia Integrada e usos múltiplos da Plataforma Continental e Oceano Adjacente descreve registros de terremotos no passado geológico, como evidencias desses eventos em Florianópolis e regiões adjacentes. Os primeiros trabalhos com estes registros foram publicados em 2016.Projetos financiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Oceanografia Integrada e usos múltiplos da Plataforma Continental e Oceano Adjacente - Centro de Oceanografia Integrada (INCT-Mar COI/Geodiversidade) descreve registros de terremotos no passado geológico, como evidencias desses eventos em Florianópolis e regiões adjacentes. Os primeiros trabalhos com estes registros foram publicados em 2016.
O projeto, no qual estão envolvidos os pesquisadores Antonio H. F. Klein[1], Ricardo P. Meireles[2] e Elírio E. Toldo Jr[3], mapeou as áreas marinhas da Baía da Pinheira, Baía de Tijucas e Ilha de Santa Catarina a partir da aquisição e da integração dos dados geofísicos da plataforma interna adjacente a Ilha de Santa Catarina e regiões vizinhas, antes esparsos e desconectados, numa extensão de 456 km de dados sísmicos de alta-resolução.
Um dos principais resultados foi o encontro de extensos depósitos de sedimentos subsuperficias com a presença de estruturas deformadas na região marinha adjacente ao norte da Ilha de Santa Catarina (30 metros de coluna de água), descritas como resultado de atividade sísmica, devido à existência de sedimentos deformados (de 20 a 30 metros de espessura).
"Uma variedade de fatores pode causar deformação de sedimentos, mas ao encontrarmos depósitos extensos como correlação lateral, como os vistos nos registros de subsuperficies (sísmica rasa) obtidos, mesmo em regiões onde existe pouca atividade sísmica, como em SC, é um indicativo de presença de atividade sísmica (leve a moderada)", explicou Klein.
O tipo de dimensão do depósito deformado tem uma relação direta com a magnitude do abalo sísmico. Estruturas de liquefação dos sedimentos devido a abalos sísmicos, como os encontrados na região, estão associados a magnitudes maiores que 5 e a distâncias não maiores que 40 km do epicentro (estatisticamente, a literatura diz que isso ocorre em 90% dos casos). Isso implica que o epicentro que gerou estes sedimentos localizou-se no passado geológico próximo à Ilha de Santa Catarina e pode ter sido de magnitude maior que o registrado no dia 13-04-2018 (magnitude 3,6).
Os estudos mostraram, ainda, que houve duas fases de atividades sísmicas do Pleistoceno Superior, o que parece indicar a existência de processos de reativação de falhas geológicas.
Nesses mesmos estudos, foram identificadas falhas nos depósitos de sedimentos marinhos próximos da Ilha de Santa Catarina, que coincidem com a área do epicentro do registro de abalo sísmico que ocorreu no dia 13 de abril de 2018, de baixa magnitude, sentido, especialmente, na Grande Florianópolis.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
[1] Prof. da Coordenadoria Especial de Oceanografia, Centro de Ciências Física e Matemáticas, Universidade Federal de Santa Catarina e bolsista de Produtividade em Pesquisa (PQ) do CNPq.
[2] Prof. do Departamento de Oceanografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia.
[3] Prof. do Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.